- 10 de junho de 2011
Segundo cálculos da Secretaria Estadual dos Transportes Metropolitanos, em 2014 a linha receberá, em média, 817 mil passageiros por dia útil. O número é quase o dobro que o registrado no ano passado, quando cerca de 464 mil pessoas a utilizaram diariamente: um aumento de quase 88%.
Os passageiros afirmam que já começaram a sentir a diferença. “Nos últimos meses, quase não tenho conseguido viajar sentado de manhã. O trem chega lotado, e as pessoas vão espremidas”, diz o advogado Fabio Germano, de 26 anos, que embarca na Estação Alto do Ipiranga, na zona sul, e vai até a Consolação, na região central. O gerente comercial Luiz Ricardo Souza, de 61, conta que no fim da tarde precisa aguardar duas composições para entrar. “Depois das 17h, fica insuportável”, afirma.
No trecho mais cheio, entre Paraíso e Brigadeiro, são carregados, em média, sete passageiros por metro quadrado, somente um a menos do que o limite considerado máximo para a lotação.
Em maio, os trens que ligam a Vila Madalena à Vila Prudente transportaram, por dia, 19% mais gente do que no mesmo mês de 2010, quando a linha terminava na Estação Sacomã, na zona sul. Embora a tendência de aumento na procura deva continuar nos próximos anos, a quantidade de lugares oferecidos não deve subir no mesmo ritmo.
Segundo o Metrô, nos horários de pico da manhã e da tarde a oferta de lugares crescerá 52,3% entre 2010 e 2014, passando de 42 mil para 64 mil por hora por sentido. Diferentemente da 2-Verde, nas linhas 1-Azul e 3-Vermelha, essa variação de lugares ficará acima do aumento de usuários.
Os dados levam em conta um cenário em que a Linha 4-Amarela estará completa (da Vila Sônia à Luz) e a 5-Lilás operando com mais uma estação (Adolfo Pinheiro). Também é considera a demanda proveniente do monotrilho ligando São Mateus à Estação Vila Prudente (cujas primeiras estações devem ser entregues em 2013), que irá trazer mais passageiros à Linha 2, e a construção da Linha 17-Ouro, do Aeroporto de Congonhas à Estação Morumbi da CPTM (prevista para o segundo semestre de 2014).
O presidente do Metrô, Sérgio Avelleda, diz que o desconforto na Linha 2 não vai aumentar, já que a rede deve ganhar novas linhas e extensões, como a 6-Laranja e a 5-Lilás. “Com isso, as pessoas vão se redistribuir.” Além disso, ele diz que o Metrô comprará mais 15 trens, dos quais “no mínimo oito” vão para a Linha 2, ampliando a oferta de lugares. O diretor de Operações da empresa, Mario Fioratti, destaca que a instalação de um novo sistema de sinalização (o CBTC) até o fim do ano nesse ramal diminuirá o intervalo das composições, reduzindo a lotação.
O consultor de transporte Peter Alouche acredita que a lotação da Linha 2 revela a eficiência do serviço. “Por mais que os passageiros sintam desconforto, é preferível ter uma sobrelotação do que o contrário. Mostra que é dinheiro público dando retorno e, a médio prazo, a lotação tem solução.” Ele diz que, com a abertura de mais linhas nos próximos anos, os passageiros terão novas opções de rotas.
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