Apesar de todo o projeto ainda estar parado na Justiça, a Companhia do Metropolitano (Metrô) começou a desapropriar os terrenos para a construção da Linha 17-Ouro – monotrilho que vai ligar o Aeroporto de Congonhas à região do Morumbi, bairros da zona sul da capital. Inicialmente, foram declarados de utilidade pública 65 imóveis nos bairros da Saúde e do Campo Belo, também localizados na zona sul.
O primeiro dos três decretos previstos para a desapropriação de imóveis foi publicado na edição de sábado do Diário Oficial do Estado. O texto prevê a utilização de uma área de aproximadamente 21,3 mil quilômetros quadrados – o equivalente a três campos de futebol se estivessem juntos.
O monotrilho do Morumbi terá 17,9 quilômetros de extensão, entre a Estação Jabaquara (Linha 1-Azul) e a futura São Paulo-Morumbi (Linha 4-Amarela). As composições vão circular sobre trilhos a uma altura de 15 metros e passar por bairros nobres, como Brooklin, Granja Julieta, Campo Belo e Morumbi.
O primeiro decreto, no entanto, prevê desapropriação de terrenos no trecho entre a Estação São Joaquim e a Marginal do Pinheiros. Ficará para depois a definição dos imóveis que serão utilizados na região do Panamby, o ponto mais polêmico do projeto.
Essa área foi citada em uma das 55 condições levantadas pelo Conselho Municipal do Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Cades), quando aprovou a primeira licença ambiental da obra, na semana passada.
Áreas nobres
Segundo informações do cadastro municipal, 39 dos imóveis desapropriados são residências, oito são estabelecimentos comerciais e outros 18, terrenos.
Praticamente todos estão em áreas nobres da zona sul da cidade, como o entroncamento das Avenidas Jornalista Roberto Marinho e Chucri Zaidan (Brooklin), a Avenida Vereador José Diniz (Campo Belo) e a Rua Bartolomeu Feio (Itaim-Bibi).
Liminar
O projeto para a Linha 17-Ouro está parado na Justiça porque uma liminar impede a assinatura do contrato com a empresa vencedora da licitação.
Mas o Metrô mantém em andamento o restante do processo da obra, como licenciamento ambiental e, agora, a desapropriação dos primeiros imóveis.
“A impressão é de que eles têm certeza de que a liminar vai cair e por isso estão deixando tudo pronto”, diz o presidente da Sociedade dos Amigos de Vila Inah (Saviah), Sílvio Teixeira Júnior.
Foi a associação que conseguiu barrar o andamento da obra após recorrer à Justiça contra o Metrô e obter a liminar judicial. “Mas acreditamos que a Justiça vai manter as decisões anteriores, porque o projeto apresenta diversas falhas”, diz Teixeira Junior (veja mais informações ao lado).
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