Para os líderes, eles executam a sua liderança de maneira satisfatória. Entretanto, ao ouvir a opinião dos liderados, os resultados são bem diferentes. A maioria dos funcionários (52%) não está satisfeito com os seus chefes.
Para o presidente da Michael Page Brasil, Paulo Pontes, os resultados diferentes mostram uma tendência importante.
“Os gestores podem estar vivendo um distanciamento significativo da realidade de seus times, muito pela pressão por resultados ou pela demanda dos níveis mais altos da organização. Isso cria uma pressão por exposição que o afasta muitas vezes do dia-a-dia dos times”.
Outras diferençasA pesquisa perguntou ainda aos executivos quais eram as suas características profissionais mais fortes. Para 53%, é a integridade. Já 48,5% informaram que é ser estratégico, ter boa visão sobre o negócio e o mercado.
Outros 47% disseram que são participativos, pois ensinam e executam tarefas junto à equipe. Em seguida apareceram ser delegador, com 38,4%, e carismático, com 34,8%.
As qualidades menos apontadas foram ser um chefe motivador, com 30,3%, e organizado, com 25,8%.
Apesar das características citadas pelos gestores serem positivas, os liderados têm outras visões sobre como um gestor deve ser. Para 70,8%, a maior qualidade de um chefe é ser motivador, ser estratégico (54,2%) e participativo (43,8%).
Para 35,4%, o líder deveria saber delegar e dar autonomia, enquanto 31,3% disseram que ele tem de ser carismático. Apenas 31,3% informaram que ele precisa ser íntegro e 20,8% declararam que o chefe tem de ser organizado.
Segundo Pontes, estes dados mostram que, apesar de fatores como participação e visão estratégica figurarem entre as prioridades entre os entrevistados, o item motivação é algo que ainda falta à gestão atual.
“Depois de certo tempo, o profissional busca um motivo para seguir motivado na companhia. E isso muitas vezes passa por um forte trabalho de inspiração do gestor. Mostrar perspectiva é fundamental para preservar a força da equipe”, explicou.
Comunicação é a palavra-chavePor fim, o estudo questionou o que deve ser feito na prática para melhorar a gestão. Tanto para os gestores como para os profissionais, a comunicação (manter o diálogo e feedback constante) é o melhor caminho.
Para o especialista, apesar de concordarem, dentro das empresas a dificuldade em implementar a comunicação ainda é grande.
“Os RHs têm trabalhado em ferramentas e processos para melhorar este fluxo, mas isso ainda depende fundamentalmente do perfil pessoal e disciplina do gestor. Isso deve fazer parte da agenda prioritária do executivo”, finalizou.
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