A situação das estradas brasileiras é precária e os trechos sob concessão privada no Estado de São Paulo são os locais onde as condições estão melhores. O diagnóstico faz parte da pesquisa sobre rodovias, divulgada ontem pela Confederação Nacional do Transporte (CNT).
Mais da metade dos 92,747 mil quilômetros de rodovias pavimentadas do Brasil apresentam algum tipo de problema, segundo o levantamento. A pesquisa mostra que 57,4% das rodovias têm alguma deficiência e 26,9% estão em situação crítica. Além disso, de 2010 para 2011 os pontos críticos nas vias pavimentadas saltou de 109 para 219.
O Estado de São Paulo continua tendo a melhor malha rodoviária do País. O ranking das dez melhores rodovias mostra que todas elas passam pelo Estado e são concessões privadas. Segundo o estudo, o Pará tem a pior situação. A pesquisa mostra que são discrepantes os resultados das rodovias sob concessão privada e sob gestão pública.
De acordo com o levantamento, 66,2% da malha sob gestão pública possui algum tipo de problema, ao passo que na administração privada o índice cai para 13,1%.
Investimentos
O investimento total necessário em infraestrutura no País – rodovias, ferrovias, hidrovias, portos e aeroportos – é de R$ 450 bilhões. Desse montante, R$ 200 bilhões deveriam ser destinados a rodovias, segundo estimativa do diretor executivo da CNT, Bruno Batista.
O levantamento mostra também um descompasso entre os investimentos em rodovias e os prejuízos causados por acidentes nas estradas em 2010. Enquanto os aportes federais na malha rodoviária somaram R$ 9,85 bilhões, os prejuízos em função de acidentes totalizaram R$ 14,1 bilhões.
Batista criticou o baixo investimento do governo federal em infraestrutura e também a má gestão dos recursos públicos. “A necessidade de investimento é urgente. Se o governo não consegue fazer os investimentos, que forneça a ferramenta institucional para que a iniciativa privada o faça”, afirmou.
O representante da CNT destacou que o governo precisa regulamentar as parcerias público-privadas (PPP). “Este módulo institucional nunca deslanchou no País. Sem esse marco regulatório as empresas não conseguem investir”, disse. Batista informou ainda que desde setembro, 500 obras em rodovias foram paralisadas em função de irregularidades.
O levantamento foi realizado durante 39 dias, de 27 de junho a 4 de agosto, avaliando 100% das rodovias, nos aspectos do pavimento, sinalização e geometria.
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