A inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) mostrou que os automóveis novos ficaram 0,34% mais caros em agosto, mesmo sob o regime de redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI).
Um levantamento da Agência Estado, do Grupo Estado, que edita o Jornal da Tarde, sobre os preços médios de tabela de veículos no mercado nacional apurados pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe) apontou que os carros ficaram mais baratos logo após a isenção do IPI, em vigor desde 23 de maio, mas recuperaram parte da redução nos preços em agosto. O fenômeno se repetiu em modelos de quatro montadoras: Fiat, Ford, GM-Chevrolet e Volkswagen.O encarecimento do produto foi causado pelo aumento da demanda de consumidores gerado pelo próprio benefício do governo para estimular o setor, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Mas o aumento também já tinha sido constatado na porta de fábrica pela leitura de julho do Índice de Preços ao Produtor (IPP).
Reajuste
Segundo os dados da Fipe, um automóvel Fiat Palio Celebration 1.0 0km saía, em média, a R$ 26.998 em maio, antes da isenção do IPI, que só passou a vigorar no fim do mês. Em julho, o mesmo modelo custava R$ 25.054. Entretanto, em agosto, o preço subiu para R$ 25.477. Em maio, um Ford KA 1.0 0km era vendido a R$ 26.397. Com a redução do imposto, o modelo passou a R$ 23.492 em julho, mas aumentou para R$ 24.009 em agosto.
O mesmo movimento ocorreu com o modelo Agile LT 1.4 0km da GM-Chevrolet, que custava R$ 37.540 em maio, caiu a R$ 35.433 em julho, mas teve ligeira recuperação para R$ 35.600 em agosto.
O Fox 1.0 0km da Volkswagen também custava mais em maio, R$ 32.423, baixou para R$ 30.115 em julho, mas aumentou para R$ 30.686 em agosto.
A Fipe presta serviço a 25 Unidades da Federação, fazendo o levantamento dos preços médios de veículos nas regiões para servir como base de cálculo na cobrança do IPVA (Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores).
O economista André Braz, do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (Ibre/FGV), informou que os modelos usados na coleta do Índice de Preços ao Consumidor não captaram a alta divulgada pelo IBGE em agosto. “A taxa de FGV ficou em 0% para o mesmo período”, disse Braz.
O pesquisador acredita que a alta possa estar relacionada com a chegada ao mercado dos modelos 2012/2013. “Contudo, não tenho certeza se é isso que está acontecendo”, ponderou.
Entretanto, a série histórica do IBGE aponta para uma queda nos preços dos automóveis, tanto novos quanto usados, nesse mesmo período do ano passado. Em agosto de 2011, os preços dos carros novos recuaram 0,37%, enquanto os usados ficaram 0,61% mais baratos.
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