Uma, duas, três… Na quarta tentativa, um estrondo seco quebra o silêncio da garagem no subsolo de um discreto edifício na Vila Mariana, zona sul. O vê-oitão desperta e um “bluca-bluca” vigoroso emana do escape do Thunderbird Special 1956 preto. Trazido dos EUA por encomenda de um empresário paulista, o carro parece ter acabado de sair da fábrica.
Com a ponta dos dedos, Marco di Luciano, da Automotriz, empresa especializada em importação, guia o Ford até a rua. “Cuidado com o freio. Ele costuma travar com facilidade”, adverte antes de passar o volante.
Aliás, chama a atenção a grande direção com um segundo raio no centro. O capricho no acabamento desse cinquentão impressiona. Os revestimentos de bancos e portas, além de partes do painel, mesclam couro vermelho e branco.
Há ainda alumínio e vários detalhes cromados. Os polidos estão nas maçanetas das portas e na base da alavanca de câmbio, por exemplo.
Dos requintes estão ar-condicionado, som e até ajuste remoto da altura do banco do motorista (!). No painel, o enorme velocímetro marca até 150 milhas por hora (cerca de 240 km/h).
Rodando
Bastou uma leve pisada no acelerador para o Thunderbird urrar e pular para frente. O volante, com uma folga, digamos, considerável, requer algum tempo para que o motorista se acostume.
Logo na primeira esquina, um susto: ao pressionar o pedal do freio nada acontece de imediato. Em seguida, o Ford estanca.
Menos de cinco minutos depois, tudo virou uma alegria só. Mesmo com motorzão, esse é um carro para andar devagar.
Nas ruas, todos dão passagem para o clássico. Olhares de admiração e cumprimentos surgem de todos os lados. Basta escolher: com ou sem o teto rígido, não importa. É muito bom passear com esse belo senhor.
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