Acredite se quiser: esse Ford Maverick GT custou R$ 1.500 ao seu dono atual, Fernando Baptista, 33. A explicação é simples. Quando o atual proprietário comprou o carro, não havia motor nem câmbio e a lata e a pintura estavam bem danificadas. Hoje, depois de quase dois anos de trabalho, o Maveco inteiraço roda tranquilamente pelas ruas de São Paulo e vai também aos encontros de antigos em outros estados, esbanjando beleza e um motor V8 302 preparado.
Ao chegar na oficina de Fernando, em São Paulo, um veículo coberto chamava atenção. A capa vermelha escondia a carroceria, mas deixava à vista as rodas aro 18 com pneus 265/35 (diant.) e 295/35 (tras.). Removemos a capa e o verde da carroceria lisa encheu os olhos. Ao abrir a porta do motorista, os bancos concha, cintos quatro pontos, volante esportivo (original da versão GT) e o conta-giros Autometer, denunciavam um “algo a mais”.
Ao funcionar o veoitão 302, tudo explicado: o ronco grosso e truculento do escape com abafadores Flow Master e coletores Tri-Y soam bem aos ouvidos. Dentro do motor, com pouco mais de 300 cv segundo o proprietário que evitou um teste no dinamômetro, está um comando de válvulas 286º e dois cabeçotes preparados com mudança nos ângulos de válvulas e polimento de dutos. Os pistões TRW são forjados, mas as bielas foram mantidas originais. O carburador quadrijet Race Demon de competição (650 cfm, capacidade de vazão) engole dois tipos de gasolina na mesma proporção: 50% comum, 50% de avião (de maior octanagem) — possível pois a taxa de compressão é 11:1.
O capricho chegou à parte elétrica com os cabos de vela verdes da Tailor e equipamentos como bobina, distribuidor e módulo de ignição, todos da MSD. Para poder aproveitar e acelerar o acréscimo de potência, suspensão e freios foram otimizados. A suspensão dianteira teve seu ponto de ancoragem alterado para reduzir a altura do carro. Na traseira, foi colocado um calço nos feixes de mola, também para baixar a altura e uma barra estabilizadora mais grossa. Nos freios, a frente foi mantida original e a traseira teve os tambores removidos para a adoção de discos do Chevrolet Opala.
Hoje, ninguém acelera o Maverick senão Fernando, que participa atualmente de provas de Arrancada, pilotando um outro Maveco, só para pista. Na rua, seu Ford de passeio roda tranquilo até a hora de acelerar. Ao pisar fundo o motor responde bem e o câmbio manual de quatro marchas recebe uma troca em seguida da outra, girando até 5.500 rpm. Mesmo rendendo bastante, Baptista quer mais. Vai instalar um kit de Nitro (Óxido Nitroso) para obter mais potência. Quem sabe depois da instalação nós o convencemos a colocar seu brinquedão no dinamômetro para conferirmos a evolução desse veneno!
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